As obras de construção das bacias de contenção de cheias na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) estão em estado avançado e devem beneficiar cerca de 46 mil pessoas após a conclusão.
Os empreendimentos são frutos do esforço do Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parceiras (Seinfra), que trabalha em parceria com as prefeituras de BH e Contagem. O foco é minimizar as cheias dos córregos Ferrugem e Riacho das Pedras, afluentes do Ribeirão Arrudas com frequentes registros de transbordamento nos períodos de chuva.
Cinco bacias de contenção estão em fase de construção. Três delas no córrego Ferrugem e duas no Riacho das Pedras. A maior parte dos recursos é proveniente do Acordo de Brumadinho. Há também aportes do Governo Estadual, do Governo Federal e das prefeituras. Ao todo, serão aplicados em torno de R$ 400 milhões.
Em Belo Horizonte, as obras da Bacia B5, na Vila Esporte Clube, por exemplo, estão bem adiantadas. No entanto, para uma resposta efetiva contra as enchentes, é necessário que todas elas estejam em funcionamento, o que deve ocorrer no segundo semestre de 2024.
A B5 terá capacidade volumétrica para 274.245 m³ e ocupará uma área de 41.776 m², próxima à avenida Amazonas e a linha férrea. O percentual de obra executada é de um pouco mais de 50%.
Em Contagem, duas novas bacias no Ferrugem estão em construção – uma na Vila PTO, denominada Bacia B3, com área de 16.850 m² e capacidade volumétrica para 102.960 m³ e outra na Vila Itaú, denominada Bacia B4, com área de 61.276 m² e capacidade volumétrica para 377.950 m³, ambas próximas ao Shopping Itaú. A expectativa é de que as duas estruturas também estejam concluídas e em funcionamento já no próximo ano.
Recomeço
Muitos moradores conviveram durante anos com a situação, que deve ser amenizada tão logo finalizem as obras já no próximo ano. A primeira a entrar em funcionamento será a Bacia B5, no Vila Esporte Clube, na região Oeste da capital mineira. A obra tem previsão de entrar em funcionamento ainda neste ano.
Algumas famílias já estão de moradias novas, construídas pelo Governo de Minas. Ao todo, serão investidos R$ 53 milhões e serão entregues 304 unidades habitacionais, divididas em 17 blocos com 16 apartamentos cada um deles.
Marisa e Geny contam histórias de angústia com a invasão das águas e as suas memórias ainda guardam traumas. Elas passaram por diversas enchentes e tiveram de receber, por quase dez anos, o aluguel social. No entanto, agora estão seguras e não há mais risco de enchentes. Atualmente, elas moram no Condomínio da Área 7, que os moradores apelidaram de Vila Paris. O residencial fica no bairro Água Branca, em Contagem.
Marisa Raimunda da Silva Elias é deficiente visual e morava no bairro Vila São Paulo, onde os problemas com as enchentes eram constantes. No Natal de 2008, por exemplo, a família estava pronta para a ceia quando a confraternização foi interrompida pelas águas. “Eu estava entre o sonho e a realidade e como eu sou deficiente visual, o som era tão forte, tão presente, tão real que eu não sabia se estava sonhando ou se realmente estava acontecendo”, conta Marisa.
Geny Jandre Vicente Coelho também teve muitos problemas. Ela era moradora do Vila Esporte Clube, região onde as enchentes eram constantes, e chegou a perder tudo e conta que passou pela situação diversas vezes. “Quando o tempo fechava, meu coração fechava junto. A gente sabia que a enchente viria, iria invadir a casa e a gente ia perder muita coisa. Era apavorante saber que não podíamos dormir sossegados. Se dava um trovão, a gente já ficava apavorado”, relembra Geny.
Esforços do Governo de Minas
O secretário de Infraestrutura, Mobilidade e Parceiras (Seinfra), Pedro Bruno, explica que o Governo de Minas tem envidado esforços para finalizar as obras e solucionar um problema antigo que afeta centenas de famílias e ainda traz muitos prejuízos.
“Essas obras vão pôr fim ao problema das enchentes que trazem tanto prejuízo à região metropolitana durante o período chuvoso. Nosso objetivo é que esta realidade mude já em 2024. Parte desses empreendimentos estavam paralisados há mais de dez anos e estamos trabalhando para acabar com esse passivo de obras abandonadas em todo o estado”, detalha o representante da Seinfra.
Fonte:Agência Minas