O presidente da Copasa, Guilherme Duarte, participou nesta quarta-feira (24/5) do último dia do 32º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, maior evento do país em saneamento que ocorreu no Expominas, em Belo Horizonte. Ao lado dos presidentes da Companhia de Saneamento Municipal (Cesama) de Juiz de Fora-MG, Júlio Teixeira, e da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Cláudio Stábile, Guilherme Duarte discorreu sobre os principais desafios e oportunidades para a Copasa diante das mudanças trazidas pelo Novo Marco Legal do setor.
Dentre esses desafios, destacou a ampliação de investimentos para atingimento das metas de universalização do acesso a água e esgoto tratados em Minas Gerais, a redução do índice de perdas de água da companhia de 39% para 25% até 2033, bem como mudanças na forma de contratar e de executar contratos nos municípios onde atua no intuito de dar mais celeridade às obras em curso, e o desafio do ganho de eficiência operacional para melhoria da qualidade dos serviços da companhia.
Ainda segundo o presidente da Copasa, essas mudanças já tiveram início na empresa e passam pelo investimento recorde realizado pela companhia no ano passado, acompanhados de uma ampliação do montante de recursos aportados na ampliação e melhoria dos sistemas de abastecimento e esgotamento pelos próximos cinco anos, que devem chegar ao montante de R$ 9,5 bilhões.
“A Copasa já vem passando por esse movimento, e os números de 2022 já demonstram esse direcionamento com um investimento recorde de R$ 1,3 bilhão. E também os números de 2023 a 2027 cravam esse compromisso com atingimento das metas. Além disso, já iniciamos a reestruturação interna da empresa em sua forma organizacional, na maneira de contratar e adquirir produtos e serviços e na mudança de cultura”, disse.
Mas o ponto mais desafiador, segundo Guilherme Duarte, é a questão da segurança jurídica. “O principal desafio para mim, e acho que é o que vai permitir que o setor avance na universalização, é a segurança jurídica. Existe um debate em andamento no âmbito do governo federal sobre modificação de regras, mas isso precisa avançar logo, independentemente da decisão final. Seja para as estatais, empresas de economia mista ou companhias privadas, será fundamental para garantirmos investimentos para o setor, uma vez que os investidores precisam de alguma garantia de retorno de seus investimentos. Além disso, quando falamos de saneamento, estamos falando de contratos muito longos, de 30 ou 40 anos, e que envolvem diferentes governos, de modo que um ambiente jurídico seguro e bem fundamentado é essencial”, pontuou.
Além do painel dos presidentes, a Copasa também participou, nesta quarta-feira, do debate sobre Reúso: Situação atual da regulamentação e as perspectivas futuras no Brasil. A analista ambiental da companhia, Frieda Keifer Cardoso, participou de um rico debate com especialistas e professores universitários que destacaram a importância do reúso de água. Ela afirmou que esta é uma das saídas para reverter ou superar a crise hídrica que já é enfrentada no Nordeste do Brasil e que também foi realidade na região Sudeste, com destaque para Minas Gerais e São Paulo, durante os anos de 2014 e 2015.
Frieda chamou a atenção ainda para a importância de uma legislação que caiba e dê conta da realidade brasileira, para regulamentar essas possibilidades de reúso e garantir segurança jurídica para investimento no setor.
Ainda durante o painel, o Conselho Nacional de Recursos Hídricos apresentou a minuta de uma resolução, que descreve sobre as modalidades, as diretrizes e os critérios gerais para a prática de reúso direto não potável de água.
Balanço
A Copasa e seu corpo de empregados estiveram ativamente presentes durante os quatro dias de congresso. Além de palestras sobre sustentabilidade, inovação, soluções tecnológicas, atendimento ao cliente, impactos econômicos e muitos outros temas, os profissionais da companhia apresentaram estudos desenvolvidos dentro da empresa e puderam trocar experiências com companhias de saneamento de todo o país.
Dentro do congresso foi realizado ainda o Campeonato de Operadores, quando as equipes de campo da Copasa puderam participar de disputas na área de hidráulica e eletromecânica. Há 15 anos trabalhando nos quadros de operação da Copasa, Leandro Antônio Dionísio foi, pela segunda vez consecutiva, campeão nacional na área de hidrômetro, mais especificamente em cavalete múltiplo. Ele venceu a Sabesp, companhia de saneamento de São Paulo, e foi premiado com um diploma e a inscrição para o próximo congresso da Abes, que acontece em Brasília.
A Copasa também marcou presença na feira com um estande, que recebeu milhares de visitantes durante os quatro dias de congresso. De longe o mais disputado, os congressistas de todo o país puderam assistir a uma rápida sessão de cinema com os 60 anos de história da Copasa, completados em julho de 2023. Quem visitou o estande também pode conhecer virtualmente a Estação de Tratamento de Esgoto Arrudas, uma das referências em ETE no Estado.
Fonte:Agência Minas